por Rich Carmicheal
“Não andeis ansiosos por coisa alguma; pelo contrário, sejam os vossos pedidos plenamente conhecidos diante de Deus por meio de oração e súplica com ações de graças; e a paz de Deus, que ultrapassa todo entendimento, guardará o vosso coração e os vossos pensamentos em Cristo Jesus” (Fp 4.6-7).
Nestes dias, a vida vem exercendo uma pressão cada vez mais sufocante sobre a maioria das pessoas. É possível que mesmo agora você esteja profundamente ansioso a respeito de questões de saúde, finanças, emprego, seus entes queridos, o futuro, a igreja, o seu país ou algo relacionado a uma determinada circunstância na sua vida. Embora haja um nível aceitável de preocupação e responsabilidade que podemos sentir ao enfrentar questões difíceis, essa preocupação pode facilmente dar lugar à ansiedade que tende a nos dominar e nos desviar do foco. Pensamentos de ansiedade podem se multiplicar dentro de nós (Sl 94.19), desviar o nosso foco da confiança em Deus e nos tirar da plenitude de alegria e vida que o Senhor planejou para nós.
Não andeis ansiosos por coisa alguma
Jesus ensina que não ganhamos nada com a ansiedade (Mt 6.27), mas que, pelo contrário, ela nos sufoca e asfixia o crescimento espiritual (Lc 8.14; cf.21.34). Ele disse para Marta: “Andas inquieta e te preocupas com muitas coisas”, ao contrário de Maria que havia escolhido a boa parte (veja Lc 10.38-42). “A ansiedade no coração do homem o abate…” (Pv 12.25).
Não nos admiremos, pois, de que Deus nos advirta: “não andeis ansiosos por coisa alguma” (Fp 4.6). Ele não quer que sejamos consumidos pela ansiedade; pelo contrário, deseja que nossa vida seja cheia da paz dele – a paz que excede todo o entendimento (4.7).
A paz de Deus
Uma das grandes características da paz de Deus é que podemos tê-la no interior, guardando o coração e a mente, mesmo que estejamos no meio de circunstâncias adversas. Jesus adverte que no mundo teremos tribulações, mas também promete que podemos ter paz e bom ânimo, pois ele venceu o mundo (Jo 16.33). Paulo, justamente quando escreveu a respeito da “paz de Deus que ultrapassa todo entendimento”, estava ele mesmo na prisão, sem saber se iria morrer ou viver (Fp 1.13,21). No entanto, foi capaz de testemunhar da paz de Deus (Fp 4.9-13). Por isso, prometeu que seus leitores também poderiam experimentar essa paz ainda que vivessem “no meio de uma geração perversa e corrupta” (2.15) e enfrentassem sofrimento e conflito (1.28-30).
Tal paz é obviamente sobrenatural – é a paz “de Deus”. Jesus a descreveu para seus discípulos quando ficaram perturbados por saber que ele em breve iria embora: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (Jo 14.27). O Senhor é “o Senhor da paz” e “o Deus da paz” que é poderoso para nos dar a paz continuamente em qualquer circunstância (2 Ts 3.16; Rm 16.20). Ele nos abençoa com a paz (Sl 29.11), fala de paz (Sl 85.8), estende a paz como um rio (Is 66.12), revela abundância de paz (Jr 33.6), capacita-nos a deitar em paz e logo pegar no sono (Sl 4.8). A sua paz é profunda e permanente e vem por meio da presença e do ministério do seu Espírito na nossa vida (Jo 6.17; Rm 8.6; 14.17; Gl 5.22).
Em tudo pela oração
A chave para sair da ansiedade e entrar na paz de Deus é a oração: “… em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças” (Fp 4.6). Observe que deve ser uma oração totalmente inclusiva: “… em tudo”. Não devemos andar ansiosos por coisa alguma; ao mesmo tempo, devemos tornar nossas petições conhecidas diante de Deus em tudo. Por meio da oração e da súplica, adoramos o Senhor e expressamos a nossa esperança, nossa confiança e nossa total dependência dele. Na oração, transferimos o fardo dos nossos ombros para Deus, lançando sobre ele toda a nossa ansiedade porque ele tem cuidado de nós (1 Pe 5.7; Sl 55.22).
Eis uma triste verdade: muitos no meio do povo de Deus não têm aquilo de que necessitam porque não pedem (Tg 4.2). Que isso não aconteça conosco! Nosso Pai celestial está sempre solícito por nós e pronto a satisfazer nossas necessidades. Jesus ensina: “Pedi, e dar-se-vos-á…” (Mt 7.7). Na sequência, diz que se os pais terrenos sabem como dar coisas boas para os filhos, “quanto mais vosso Pai que está nos céus dará boas coisas aos que lhe pedirem!” (v.11). Ele sabe exatamente do que precisamos – antes mesmo de o pedirmos (Mt 6.8).
Com ações de graças
À medida que buscamos o Senhor e lhe apresentamos nossas petições, devemos orar “com ações de graças” (Fp 4.6). Nós honramos ao Senhor e fortalecemos a nossa fé quando lhe agradecemos pelos seus tremendos feitos e caráter maravilhoso, incluindo a sua bondade e misericórdia (Is 25.1; Sl 118.1; 136.1ss.). No meio das nossas lutas, podemos render-lhe graças porque ele é fiel em fazer com que “todas as coisas cooperem para o bem” na nossa vida (Rm 8.28). Como o nosso coração deve transbordar de gratidão pelo seu amor para conosco em Jesus Cristo!
Davi nos lembra de outra razão importante para oferecer ações de graças: “Pois tu formaste o meu interior, tu me teceste no seio da minha mãe. Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem” (Sl 139.13-14). O Senhor nos criou, nos conhece intimamente e é capaz e fiel para cumprir todos os planos e propósitos para a nossa vida. Ele se importa profundamente conosco e é gracioso ao ouvir as nossas orações: “Render-te-ei graças porque me acudiste, e foste a minha salvação” (Sl 118.21).
Sejam conhecidas as vossas petições
Embora devamos ser muito gratos por tudo o que o Senhor faz para nós, o foco principal das nossas orações, como também em todas as outras coisas, não deve ser a nossa “listinha”, e sim a glória do Senhor, para que a sua vontade seja feita. As nossas orações devem ser marcadas pela fé nele (Mt 21.22; Tg 1.6), pela obediência aos seus mandamentos (1 Jo 3.21-24), pela intensidade (Cl 4.12; 1 Tm 5.5) e pela perseverança (Lc 18.1; Ef.6.18). Devemos pedir em nome de Jesus, baseando as nossas orações nos méritos dele, na nossa união com ele e na harmonia com a sua pessoa e o seu caráter (Jo 14.13-15; 15.7). Também devemos depender da ajuda do Espírito Santo (Rm 8.27; Ef 6.18).
Quando assim nos achegamos ao Senhor, podemos pedir grandes coisas e esperar com confiança a resposta às nossas orações. Podemos orar para que venha o seu reino e que a sua vontade seja feita na terra como é no céu (Mt 6.10); pelo pão de cada dia e pelo perdão dos pecados (6.11-12); para não cair em tentação e para livramento do mal (6.13); para misericórdia e graça em ocasião oportuna (Hb 4.16); pelo dom do Espírito Santo (Lc 11.13); por cura (Tg 5.14-16); pela unidade (Jo 17.21); por santificação (Jo 17.17); por intrepidez (At 4.29); pela salvação dos perdidos (Rm 10.1); por sabedoria e revelação (Ef 1.17ss; Tg 1.5-6); e por firmeza e convicção em toda a vontade de Deus (Cl 4.12).
O apóstolo Paulo, com certeza, compreendeu o privilégio e o potencial da oração. Considere, por exemplo, a profundidade desta petição: “Por esta causa, me ponho de joelhos diante do Pai… para que, segundo a riqueza da sua glória, vos conceda que sejais fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito no homem interior; e, assim, habite Cristo no vosso coração, pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em amor, a fim de poderdes compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus” (Ef 3.14-19).
Que tal se você tivesse feito essa oração para a sua vida e se o Senhor tivesse lhe concedido a resposta? Imagine o que significaria ter a sua vida cheia com todo o poder, o amor e a vida de Deus?
Nosso grande e glorioso Deus
Evidentemente, a razão por que podemos pedir tão grandes coisas em oração é por causa daquele a quem oramos. Apresentamos as nossas petições “para Deus”. Ao fazer isso, estamos pedindo a ajuda daquele que “é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos…” (Ef 3.20). Não é apenas a sua paz que excede todo o entendimento, mas também todas as suas outras características. Ele tem toda a graça de que necessitamos (2 Co 12.9), todo conforto e consolação (2 Co 1.3-4; Tg 5.11); todo encorajamento e perseverança (Rm 15.5), todo poder e força (Ef 1.19; Fp.4.13), toda proteção e estabilidade (1 Pe 1.5; Jd 24), toda santificação (1 Ts 5.23-24), toda esperança e alegria (Rm 15.13) e toda a sabedoria de que necessitamos (Tg 1.5). De fato, ele é capaz de “suprir em Cristo Jesus cada uma das vossas necessidades, segundo a sua riqueza em glória” (Fp 4.19)!
Por isso, aproxime-se do Senhor em oração e confie-lhe inteiramente sua vida e circunstâncias. Compartilhe com ele suas petições, confiando que ele cuidará de você e proverá todas as suas necessidades. Confie nele com todo o coração e não se apóie no seu próprio entendimento (Pv 3.5). Entregue-lhe os seus cuidados e receba dele a sua paz.
“Sonda-me, ó Deus, e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno” (Sl 139.23-24).
Respostas de 3
Obrigado pelas palavras de sabedoria, que o Senhor o nosso Deus, derrame Graça em suas vidas. Deus os abençoe.
Confie nele com todo o coração e não se apóie no seu próprio entendimento (Pv 3.5). Entregue-lhe os seus cuidados e receba dele a sua paz.
Amém
Deus continue abençoando vocês! Palavras que estava buscando no momento, encontrei nesse texto. Sei que o Senhor está com toda a sua plenitude nesse ministério, portanto continuem nos ajudando com a palavra do Deus vivo, e assim, fortalecendo a nossa fé.
Graça e paz!