Por: Dan Puckett
De alguma forma, adquirimos o conceito de que Deus é um ser totalmente passivo; imaginamo-lo como um monarca sentado em seu trono, simplesmente observando e mantendo a situação como está.
Além disso, achamos que é o homem, e não Deus, que faz as coisas acontecerem. Formamos uma idéia, apresentamo-la a Deus em oração e ele, por sua vez, ou nos dá um “sinal verde”, ou um “sinal vermelho”.
Aliada a este conceito está a idéia de que Deus favorece mais àqueles que são brilhantes e talentosos.
Estes conceitos estão longe da verdade.
Deus sempre existiu e sempre foi a força motriz da criação. Foi ele quem criou os céus e a terra (Gn 1.1). Foi ele quem formou o homem do pó da terra com suas próprias mãos (Gn 2.7) e formou a mulher a partir da costela do homem (Gn 2.21-22).
Somos co-participantes com Deus, não meras peças no tabuleiro. O primeiro homem e a primeira mulher foram dotados de intelecto e suficiente poder de escolha para poderem optar por um caminho contrário ao do seu próprio Criador. Seria mais lógico imaginar que Deus criasse pessoas com uma inclinação natural para aproximar-se dele, mas o que vemos é uma humanidade que, deixada por sua própria conta, vai se afastando cada vez mais de Deus.
A atividade de Deus na esfera que nós conhecemos está na área da redenção. Deus está redimindo a humanidade e ele há de redimir toda sua criação.
Deus não está passivo. Ele formulou um plano, mas nesta etapa da história decidiu limitar-se à cooperação com instrumentos humanos.
O principal requisito para nos tornarmos seus instrumentos é nos rendermos totalmente a ele.
Em primeiro lugar, devemos nos render totalmente à santidade. Santidade é viver retamente de acordo com os princípios morais e éticos que Deus expôs na Bíblia. Instrumentos humanos são santificados por viverem em santidade através de Jesus Cristo.
Em segundo lugar, devemos render nossos planos a Deus. Os caminhos do mundo não são os caminhos de Deus (Is 55.8). O Apóstolo Paulo dá um exemplo do modo como Deus opera em 1 Co 1.27-28: “Mas Deus escolheu o que para o mundo é loucura para envergonhar os sábios, e escolheu o que para o mundo é fraqueza para envergonhar o que é forte. Ele escolheu o que para o mundo é insignificante, desprezado e o que nada é, para reduzir a nada o que é.”
O entendimento do modo como Deus age nos coloca em nosso devido lugar. É por isso que a rendição é tão importante. Nós avaliamos a eficácia e o potencial por meio de padrões humanos de formação acadêmica, estilo, autoconfiança e certas habilidades. Deus está à procura de um coração totalmente entregue.
A próxima pergunta é obvia. O que está acontecendo no mundo hoje? O mundo ocidental tem tudo o que é de melhor – pessoas, tecnologia, liberdade e oportunidade – contudo, é preciso cavar fundo para descobrir alguma genuína ação de Deus. A grande maioria daquilo que está acontecendo no Ocidente pode ser explicada em termos humanos.
Vá para o outro lado do planeta. Nos países do Oriente, há violação de direitos humanos e da liberdade, um desnível gritante na área de tecnologia, muita insuficiência de necessidades básicas, abundância de doenças e barreiras culturais. Entretanto, a obra do Senhor está florescendo.
Render-se é deixar de lado nossas idéias preconcebidas e unir-se com Deus naquilo que ele quer fazer.
Rick Warren, em seu livro Uma Vida Com Propósitos, declara que as três barreiras para a rendição a Deus são o medo, o orgulho e a confusão. Temos medo do que Deus poderá pedir de nós: que exija que façamos algo difícil ou que vamos a algum lugar indesejado. O orgulho nos leva a resistir ao processo de Deus nos moldar à sua maneira. Ficamos, então, confusos sobre como achar e cumprir a vontade de Deus. A maioria da confusão sobre a vontade de Deus resulta do medo e do orgulho.
Render-se a Deus é um estilo de vida. Ainda que haja uma entrega única e definitiva de nossas vidas, ajustes diários são necessários para que nossos caminhos humanos não se tornem um obstáculo à ação de Deus.
Deus age poderosamente. Ele se utiliza de instrumentos humanos. A única coisa que nos impede de ser usados poderosamente por Deus é a falta de rendição a ele.