22 de dezembro de 2024

Ler é sagrado!

Vivendo A Vida Que Agrada A Deus

Por: Hannah Whitall Smith

Você é um filho de Deus, e deseja ardentemente agradá-Lo. Você ama seu divino Mestre, e está angustiado e cansado do pecado que O entristece.
Você anseia por ser liberto do poder do pecado. Tudo que você tentou até aqui para se livrar falhou, e agora, em seu desespero, você se pergunta se realmente é possível esta libertação, se o que essas pessoas felizes andam dizendo, que Jesus é capaz e desejoso de libertá-lo, é verdade.

Certamente que no íntimo da sua alma, você deve saber que isso é verdade – que salvá-lo das mãos de todos os seus inimigos é, de fato, a verdadeira causa de Jesys ter vindo. Então confie Nele. Confie-lhe sua causa sem reserva alguma, e creia que Ele Se encarregará dela, e logo a seguir, baseado no que Ele é e no que Ele disse, declare que está sendo salvo agora mesmo por Ele. Da mesma forma como você creu da primeira vez que Ele o libertou da culpa do pecado porque Ele o disse, da mesma forma creia que Ele o liberta do poder do pecado porque Ele assim diz.

Através da fé, tome posse agora mesmo de um novo poder em Cristo. Você creu Nele como o Salvador que morreu em seu lugar; creia Nele agora como seu Salvador que está vivo. Da mesma forma como Ele veio para livrá- lo do juizo futuro, também veio para livrar você do cativeiro atual. Assim como verdadeiramente Ele veio para ser açoitado em seu lugar, também veio para lhe dar Sua vida.

Tanto no primeiro quanto no segundo caso você é completamente impotente. É tão difícil se livrar dos seus pecados quanto alcançar agora a sua própria justiça prática. Cristo, e somente Cristo, pode fazer tanto uma como outra por você, e a sua parte em ambos os casos é simplesmente entregar-Lhe a situaçao, e crer que Ele fará o resto.

Um Presente, Não uma Conquista

Eu diria, em primeiro lugar, que essa vida abençoada não deve ser vista, de forma alguma, como uma conquista, e sim como um presente. Não podemos adquiri-la, não podemos subir para alcançá-la, nem podemos conquistá-la; nada podemos fazer a não ser pedir por ela e recebê-la. É uma dádiva de Deus em Cristo Jesus.

E quando se trata de dádiva, a única alternativa que resta ao que recebe é pegá-la e agradecer ao doador. Nunca dizemos de uma dádiva: “Veja o que conquistei”, nem mesmo nos gabamos de nossa habilidade e sabedoria por a termos obtido. Mas dizemos: “Veja o que me foi dado”, e nos gabamos do amor, riqueza e generosidade do doador.

Tudo em nossa salvação é uma dádiva. Do início ao fim, Deus é o doador e nós somos os receptores, e as promessas mais generosas não são para aqueles que fazem grandes obras, mas para aqueles que “recebem a abundância da graça e o dom da justiça”.

Portanto, a fim de se entrar em uma experiência prática desta vida interior, a pessoa deve ter uma atitude receptiva, reconhecendo totalmente o fato de que é um dom de Deus em Cristo Jesus, o qual não pode ser recebido através de nossos próprios esforços e obras. Isso vai simplificar tremendamente o assunto, e a única coisa a ser considerada a partir daí é descobrir a quem Deus concede este dom, e como as pessoas o recebem.

A isto eu responderia, em síntese, que Ele o concede somente à pessoa inteiramente consagrada e que é recebido pela fé.

Consagração

A consagracão é a primeira coisa, não no sentido legal, para se conseguir ou merecer a bênção, mas para que as dificuldades do caminho sejam removidas e se torne possível a Deus concedê-la. Para que a massa de barro possa ser trabalhada e se tornar um lindo vaso, é preciso que se entregue totalmente ao oleiro, e que repouse passivamente em suas mãos.

E semelhantemente, para que uma pessoa possa ser trabalhada para se tornar um vaso de honra para Deus, “santificado e útil ao seu possuidor, estando preparado para toda boa obra”, ela deve se abandonar totalmente a Ele e repousar passivamente em Suas mãos. Isto fica claro à primeira vista.

Talvez a palavra “abandono” possa expressar melhor essa idéia do que a palavra “consagracão”, para a mente de algumas pessoas. Mas, qualquer que seja a palavra que usemos, queremos mostrar uma entrega total, do ser inteiro a Deus. Espírito, alma e corpo colocados sob Seu controle absoluto, para que Ele possa fazer conosco exatamente o que Lhe agrada. Significa que a linguagem de nosso coração, sob quaisquer circunstâncias e diante de qualquer ato, deve ser “Seja feita Tua vontade”. Significa a desistência de qualquer liberdade de escolha. Significa uma vida de inevitável obediência.

Para uma pessoa que não conhece a Deus isto pode parecer duro, mas para aqueles que O conhecem é a vida mais feliz e descansada que pode existir. Ele é nosso Pai, nos ama, e sabe o que é melhor, e portanto, é claro que a Sua vontade é a coisa mais abençoada que podemos receber, sob qualquer circunstância.

Eu não entendo como tantos cristãos ficam cegos a este fato. Mas realmente parece que os próprios filhos de Deus temem mais à Sua vontade do que a qualquer outra coisa na vida – Sua vontade maravilhosa e amável que tão- somente traz benignidade, ternas misericórdias e bênçãos indescritíveis para suas almas!

Desejaria poder mostrar a todos a insondável doçura da vontade de Deus. O céu é um lugar infinitamente benaventurado, porque ali Sua vontade é perfeitamente cumprida. Somente à medida em que Sua vontade é cumprida em nossas vidas é que podemos participar nessa bem-aventurança. Ele nos ama-nos ama, eu disse – e a vontade do amor é sempre a bênção para o seu amado.

Alguns de nós sabemos o que é amar, e sabemos que se pudéssemos apenas fazer a nossa vontade, aqueles que amamos seriam cobertos de bênçãos. Tudo o que é bom, doce e adorável na vida derramaríamos sobre eles, se tão somente tivéssemos o poder para cumprir neles a nossa vontade. E se essa é a nossa maneira de amar, muito mais deve ser a de nosso Deus, que é o próprio amor em pessoa!

Se por um momento pudessemos olhar dentro das tremendas profundezas de Seu amor, nossos corações saltariam para ir de encontro com a Sua vontade e abraçá-la como nosso mais precioso tesouro. Poderíamos, então, nos entregar a ela com um entusiasmo de gratidão e alegria, por tal maravilhoso privilégio ser nosso.

Certamente, então, é somente um privilégio glorioso que esta se abrindo diante de você, quando lhe digo que o primeiro passo que você deve dar a fim de entrar na vida escondida com Cristo, em Deus, é o da inteira consagração. Peço-lhe que não olhe para isso como uma exigência dura e severa. Você deve fazer isso com prazer, gratidão e entusiasmo. Você deve entrar no que chamo do lado privilegiado da consagração, e posso lhe assegurar, através do testemunho universal dos que já o experimentaram, que você verá que é o lugar mais feliz que você jamais encontrou.

A Fé é Absolutamente Necessária

Após a entrega, a próxima coisa mais importante é a fé. A fé é um elemento absolutamente necessário para que se receba qualquer dom. Imagine se um amigo lhe der algo sem reserva ou restrição, mesmo assim, não será realmente seu se você não acreditar que ele lhe deu e tomar posse do presente. Acima de tudo, isso se aplica a dons que são puramente intelectuais ou espirituais. O amor oferecido por outrem pode ser generoso, sem limite ou restrição, mas até que acreditemos que somos amados, nunca realmente se tomará uma realidade para nós.

Suponho que a maioria dos cristãos entende este princípio quando se refere à questão de perdão. Eles sabem que mesmo ouvindo pregações sobre o perdão de pecados através de Jesus por toda a sua vida, isso nunca se tornaria uma realidade para eles enquanto não cressem nesta pregação, e tomassem posse do perdão de forma bem pessoal e individual.

Mas, em se tratando de vida cristã, eles esquecem deste princípio, e pensam que devem viver agora por obras e esforços, embora tenham sido salvos por fé. Ao invés de continuarem a receber, agora começam a fazer. Para eles, dizer que é necessário entrar nesta vida escondida com Cristo em Deus somente pela fé, parece completamente impossível para entender. Entretanto lemos claramente que “como recebestes a Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele”. Nós o recebemos pela fé, e pela fé somente; portanto, devemos andar Nele pela fé, e pela fé somente.

E a fé que nos introduz nesta vida escondida é exatamente a mesma que nos transportou do reino das trevas para o reino do amado Filho de Deus. É só que agora nos apropriamos de algo diferente. No princípio, cremos que Jesus nos salvou da culpa do pecado, e de acordo com nossa fé, nós o recebemos. Agora devemos crer que Ele nos salva do poder do pecado, e de acordo com nossa fé, o receberemos também.

No princípio cremos Nele para o perdão, e fomos perdoados; agora devemos crer Nele para a justiça, e seremos justificados. No princípio, nós aceitamos a Sua salvação do castigo vindouro; agora devemos aceitar a Sua salvação, no presente, do cativeiro de nossos pecados. No princípio, Ele foi nosso Redentor; agora Ele deve ser nossa Vida. No princípio, Ele nos tirou da cova; agora Ele nos assentará consigo nos lugares celestiais.
Naturalmente, estou dizendo isso da perspectiva experimental e prática. Teologicamente e legalmente, sei que todo crente recebe tudo isso junto com a sua conversão. Mas experimentalmente nada possui até que tome posse pela fé.

‘Todo lugar que pisar a planta do vosso pé vo-lo tenho dado.” Deus “nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo”, mas até que a planta do nosso pé pise pela fé nestas bênçãos, na prática não se tornam nossas. “Segundo a nossa fé”, é sempre o limite e a regra.

Mas essa fé da qual estou falando precisa ser uma fé presente. Nenhuma fé que é exercitada apenas para uma época futura significa alguma coisa. Uma pessoa pode crer a vida toda que seus pecados serão perdoados em algum momento do futuro, e nunca encontrará paz. Ele precisa alcançar uma fé para agora, e dizer com uma fé que apropria no presente: “Meus pecados estão perdoados agora”. Só assim é que a sua alma descansará.

Da mesma forma, nenhuma fé que espera uma libertação futura do poder do pecado, levará alguém para a vida que estamos descrevendo. O inimigo se deleita nessa fé futura, porque sabe da sua impotência para obter quaisquer resultados práticos. Mas ele treme e foge quando o crente ousa tomar posse de uma libertação no presente, e crê que está livre agora de seu poder.

Talvez não haja quatro palavras num idioma que tenham mais significado, do que estas que vou escrever a seguir. Eu gostaria que você as repetisse vez após vez, com sua voz e com sua alma, enfatizando cada vez uma palavra diferente:

Jesus me salva agora. É Ele quem salva.
Jesus me salva agora. É obra Dele salvar.
Jesus me salva agora. Sou eu quem preciso ser salvo.
Jesus me salva agora. Ele está fazendo isso a cada momento.

Para recapitular, então, a fim de entrar na abençoada vida interior de descanso e triunfo, você tem dois passos a tomar: primeiro, abandono total; e segundo, fé absoluta. Não importa quais sejam as complicações de sua experiência individual, não importa quais sejam as suas dificuldades, ou seu “temperamento peculiar”, a firme perseverança nestes dois passos tomados certamente o levarão, mais cedo ou mais tarde, aos pastos verdejantes e águas tranqüilas desta vida escondida com Cristo em Deus.

Você pode estar perfeitamente certo disto. E se você abandonar todas as outras considerações, e simplesmente devotar sua atenção para estes dois pontos, e estiver absolutamente claro e definido sobre eles, seu progresso será rápido, e sua alma alcançará o abrigo desejado muito antes do que você agora pensa ser possível.

Resultados na Vida Prática Diária

Os resultados de uma vida escondida com Cristo na vida prática diária devem ser muito bem marcados, e as pessoas que tiveram o prazer de participar dessa vida devem ser verdadeiramente um povo peculiar e zeloso de boas obras.

Meu filho, que está agora com Deus, escreveu uma vez para um amigo algo neste sentido: que temos necessidade de ser testemunhas de Deus, porque o mundo não irá ler a Bíblia, mas lerá nossas vidas, e que o crédito que se dará na natureza divina da religião que possuímos dependerá em grande medida do testemunho que dermos.

O padrão de santidade prática ultimamente está tão baixo entre os cristãos que até o menor grau de verdadeira dedicação prática é visto com surpresa, e até mesmo com reprovação, por grande parte da Igreja. E, na maior parte, os seguidores do Senhor Jesus Cristo ficam satisfeitos com uma vida tão conformada ao mundo, e tão semelhante em quase todos os aspectos, que um observador casual não conseguiria encontrar nenhuma diferença entre eles e as pessoas do mundo.

Mas nós que ouvimos o chamado de nosso Deus para uma vida de inteira consagração e perfeita confiança devemos agir de modo diferente. Devemos sair do mundo e nos separar dele; e não devemos nos conformar a ele, nem em nosso caráter nem em nossa vida.

Devemos colocar nossas atenções nas coisas celestiais, não nas terrenas, e procurar primeiro o reino de Deus e Sua justiça, renunciando a tudo que possa interferir nisso. Devemos andar no mundo como Cristo andou. Devemos ter a mente que Ele teve.

Como peregrinos e estrangeiros, devemos nos abster das concupiscências da carne que militam contra o espírito. Como bons soldados de Jesus Cristo, devemos nos desembaraçar interiormente dos assuntos desta vida, para podermos agradar Àquele que nos escolheu para ser soldados.

Devemos evitar toda a aparência do mal. Devemos ser bondosos uns com os outros, compassivos, nos perdoando uns aos outros, da mesma forma como Deus, por amor a Cristo, nos perdoou. Não devemos nos ressentir das injúrias ou insensibilidades, mas devemos pagar o mal com o bem, e virar a outra face para a mão que nos fere. Devemos sempre procurar o lugar mais humilde entre nossos semelhantes e procurar não a nossa própria honra, mas antes a dos outros.

Devemos ser mansos, pacíficos e submissos, não lutando por nossos próprios direitos, mas pelo direito dos outros. Devemos fazer tudo, não pela nossa própria glória, mas para a glória de Deus. E, para resumir tudo, como Aquele que nos chamou é santo, assim devemos ser santos em todo aspecto da nossa vida, porque está escrito: “Sede santos, porque Eu sou santo.”

Alguns cristãos parecem pensar que satisfazem todos os requisitos para uma vida santa quando fazem muitas obras cristãs com sucesso, e como fazem muito trabalho para o Senhor em público, sentem liberdade para serem rabugentos, mal humorados e sem santificação em suas vidas particulares.

Mas este não é o tipo de vida cristã que estou descrevendo. Se vamos andar como Cristo andou, devemos fazê-lo tanto em público quanto em particular, em casa ou fora dela, toda hora, durante todo o dia, e não só em períodos determinados ou em certas ocasiões fixas. O nosso comportamento deve ser tão cristão para nossos empregados quanto é para nosso pastor, e tão “bondoso” em nosso escritório de contabilidade como em nosssas reuniões de oração.

É na vida cotidiana que melhor se pode mostrar uma vida santificada na prática, e bem podemos questionar quaisquer “confissões” que falharem neste teste.

Cristãos rabugentos, ansiosos, desanimados, melancólicos, incrédulos, reclamadores, exigentes, egoístas, cruéis, de coração duro, de espírito amargurado, todos esses podem ser muito sinceros em seu trabalho e podem ter lugares de destaque na igreja, mas não são cristãos que parecem com Jesus, e não sabem nada a respeito das verdades às quais me refiro, não importa o quanto falem ou afirmem verbalmente.

Andar Como Cristo Andou

A vida escondida com Cristo em Deus é uma vida que tem uma fonte secreta, mas não pode esconder seus resultados práticos. As pessoas precisam ver que andamos como Cristo andou, se dizemos que permanecemos Nele. Devemos provar que “possuímos” o que “confessamos”. Devemos, em resumo, ser verdadeiros seguidores de Cristo, e não apenas em teoria.

E isso significa muito. Significa que devemos virar nossas costas, real e totalmente, a tudo que esteja contrário à perfeita vontade de Deus. Significa que seremos um “povo peculiar”, não apenas aos olhos de Deus, mas aos olhos de todos ao nosso redor, e aonde quer que formos, será claramente evidente através de nossos hábitos, nossas atitudes, nossos diálogos e nossas atividades, que somos seguidores do Senhor Jesus Cristo, e não do mundo, assim como Ele não era do mundo.

Não devemos mais considerar o nosso dinheiro como nosso, mas como pertencendo ao Senhor para ser utilizado em Seu serviço. Não devemos nos sentir em liberdade para usar nossas energias exclusivamente na atividade secular, mas devemos reconhecer, que se procurarmos em primeiro lugar o reino de Deus e a Sua justiça, todas as coisas necessárias nos serão acrescentadas. Devemos sentir totalmente inibidos de procurar posições exaltadas, ou de ansiarmos por vantagens deste mundo.

Nós não permitiremos que o nosso “eu” seja o centro de todos os nossos pensamentos e todos os nossos propósitos, como tem acontecido até hoje. Nosso tempo será gasto servindo ao Senhor, e não a nós mesmos, e surgirão muitas oportunidades para suportarmos as cargas uns dos outros, e assim cumprir a lei de Cristo. E nossos afazeres diários serão mais perfeitamente desempenhados do que nunca, porque o que quer que façamos, faremos “não servindo à vista, como para agradar a homen, mas como servos de Cristo, fazendo de coração a vontade de Deus” (Ef 6:6).

Em tudo isso seremos guiados sem dúvida pelo Espírito de Deus, se nos entregarmos à Sua direção. Mas, a menos que coloquemos o padrão correto da vida cristã diante de nós, a nossa ignorância pode nos impedir de reconhecer Sua voz; e é por esta razão que desejo ser muito claro e definido em minhas afirmações.

Tenho notado que sempre que há uma pessoa consagrada, seguindo ao Senhor com fidelidade, várias coisas inevitavelmente acontecem cedo ou tarde.

As características da vida diária passam a ser mansidao e paz de espírito. Manifesta-se uma aceitação submissa da vontade de Deus, conforme esta aparece nos contínuos eventos diários; flexibilidade nas mãos de Deus para fazer ou para aceitar toda a Sua boa vontade; doçura sob provocaçao, tranqüilidade em meio ao tumulto e ao alvoroço; disposição de ceder aos desejos dos outros, e uma insensibilidade ao menosprezo e às afrontas; ausência de ansiedade e preocupação; libertação dos temores e cuidados. Tudo isso, e muitas outras graças semelhantes, são invariavelmente os sintomas exteriores que fluem naturalmente de uma vida interior que está escondida com Cristo em Deus.

E com relação aos hábitos da vida: mais cedo ou mais tarde, esses cristãos sempre deixam os pensamentos egoístas de lado, e se tornam cheios de consideração pelos outros. Vivem e se vestem de maneira saudável e simples; renunciam aos hábitos de auto- satisfação e desistem de todos os prazeres puramente carnais. Preferem fazer um trabalho útil em favor de outros, e ocupações infrutíferas desaparecem da vida. A glória de Deus e o bem-estar de Suas criaturas se tornam o deleite e a empolgação da alma.

Dedica-se a voz a Ele, para que seja utilizada em Seus louvores. O bolso é colocado à Sua disposição. A caneta é dedicada a escrever para Ele, os lábios para falar sobre Ele e as mãos e os pés para cumprir Sua ordem. Ano após ano, observa-se que esses cristãos crescem mais espiritualmente, são mais serenos, sua mente se torna mais envolvida com as coisas celestiais, e eles são mais transformados, mais parecidos com Cristo. Até mesmo os rostos expressam tanto a beleza das suas vidas interiores, que todo aquele que olha para eles não pode deixar de tomar conhecimento de que vivem com Jesus e que permanecem Nele…

Você não precisa ter medo de aceitar tudo o que Ele lhe pede, porque Ele é o Seu Salvador e o Seu poder é que vai realizar tudo. Ele não pede que você faça nada por si mesmo em sua pobre fraqueza. O que pede é que você se entregue, para que Ele opere em sua vida e através de você pelo Seu próprio grande poder. A sua parte é se entregar, a parte Dele é operar, e Ele nunca, nunca lhe dará uma ordem que não seja acompanhada por poder mais que suficiente para obedecer.

Somente se pode alcançar as alturas da perfeição cristã quando se segue com fé o Guia que o levará até lá. Nas pequenas coisas de nossas vidas diárias, Ele nos revela o caminho, um passo por vez, pedindo de nossa parte somente que nos entreguemos à Sua direção. Portanto, fique perfeitamente flexível em Suas queridas mãos, para ir onde Ele o atrair, e para abandonar a tudo quanto Ele o fizer abominar. No momento em que estiver certo de Sua vontade, obedeça-O inteiramente.

Não fique pensando sobre o amanhã nessas coisas, mas entregue- se a si mesmo com confiança total no bom Pastor, que prometeu jamais conduzir Suas próprias ovelhas por qualquer caminho, sem ir Ele mesmo à sua frente, para tornar o caminho fácil e seguro. Dê passos pequenos à medida que Ele os torna claros para você.

Disponha toda sua vida, em cada um de seus pequenos detalhes, para que Ele a acerte e guie. Siga com alegria e prontidão as doces sugestões de Seu Espírito à sua alma.

Dia após dia você verá que Ele o está transformando mais e mais de acordo com a vontade Dele em todas as coisas, moldando e modelando você, de acordo com o que você é capaz de suportar, para ser um “vaso para honra, santificado e útil ao seu possuidor, estando preparado paa toda boa obra” ( 2 Tm 2:21 ). E desta forma lhe será dada a doce alegria de ser uma “carta…conhecida e lida por todos os homens” (2 Co 3:3), e sua luz brilhará tanto que os homens não verão você, mas a seu Pai que está no céu.

Extraído de The Christian’s Secret Of A Happy Life (O Segredo de Uma Vida Feliz).

Senhor, Renova-me!

O Senhor pode trazer arrependimento até ao mais improvável, transformando leões em carneiros e corvos em pombos. Esperemos Nele para que esta grande mudança possa ser operada em nós.

Seguramente, a contemplação da morte de Cristo é um dos métodos mais certos e rápidos de trazer o arrependimento. Não fique sentado tentando extrair arrependimento do poço seco da natureza corrupta. É contrário às leis da mente supor que você possa forçar sua alma a entrar neste estado de graça.

Eleve o seu coração em oração Àquele que o entende e diga: “Senhor, limpa-me. Senhor, renova-me. Senhor, opera o arrependimento em mim.” Quanto mais você tenta produzir emoções penitentes em si mesmo, mais você ficará desapontado; mas se você, crendo, pensar em Jesus morrendo por você, o arrependimento brotará. Medite em como o Senhor derramou todo o sangue do Seu coração por amor a você. Coloque diante dos olhos da sua mente a agonia e o sangue transpirado, a cruz e a paixão, e quando fizer isto, Ele que suportou toda esta dor olhará para você, e com este olhar Ele fará a você o que fez a Pedro, para que você também se retire e chore amargamente.

Aquele que morreu por você pode, por Seu gracioso Espírito, fazer você morrer para o pecado. Aquele que entrou na glória no seu lugar pode atrair sua alma a Si mesmo, para longe do mal e em direção da santidade.

Eu ficarei contente se conseguir deixar este pensamento no seu interior: não espere encontrar gelo embaixo de fogo nem espere encontrar arrependimento em seu próprio coração natural. Procure vida na Fonte da Vida. Busque em Jesus tudo o que você precisa entre a Porta do Inferno e a Porta do Céu. Nunca busque em outra fonte o que Jesus anseia lhe dar, mas lembre- se: Cristo é tudo!
C. H. Spurgeon

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