Por: David Wilkerson
Creio que não há nada mais perigoso para um cristão do que estar amargurado com Deus. Contudo, estou chocado pelo número cada vez maior de crentes que vejo irritados com o Senhor. Eles podem não o admitir – mas no íntimo estão nutrindo um tipo de ressentimento contra ele. Por que? Acham que ele não está interessado em suas vidas ou em seus problemas! Estão convencidos que ele não se interessa – porque não respondeu a uma oração em particular ou porque não agiu a seu favor.
Recebi há pouco uma carta de um jovem que está preso em uma cadeia em um dos Estados do Sul do EUA. Este moço, condenado pela justiça, anteriormente era um cristão consagrado – mas agora diz que está com raiva de Deus. Eis as suas palavras:
“Estou enfiado em um buraco no meio do inferno – e parece que Deus vai me deixar aqui! Houve uma época quando quis seguir a Cristo de todo meu coração. Mas havia um pecado que me oprimia – um pecado sexual. Eu tentava me arrepender, mas nunca deu certo. Lia minha Bíblia, estudava e orava – mas não adiantava. Meu pecado sempre era quem comandava. E agora estou preso em uma cadeia por muito tempo, devido a ele.”
“Desisti da luta espiritual. Parece que não adianta se esforçar. Deus livrou-me das drogas e do álcool quando eu era um recém- convertido. Mas, por que ele não levou a minha luxúria sexual?”
Todas as páginas da carta deste homem estavam cheia de amargura contra Deus. Ele permitiria que seu ressentimento se transformasse em uma ira totalmente exposta!
Vejo ira semelhante entre um número crescente de ministros de várias denominações. Ficaram desiludidos, desgastados, zangados com Deus – e agora estão abandonando seus chamados. Quando se lhes pergunta por quê, eles respondem:
“Fui diligente, fiel; dei o melhor de mim. Mas quando mais me esforçava, menos resultado via. Minha congregação não era reconhecida. Todas minhas orações pareciam ser em vão. Chegou uma hora em que tudo aquilo que eu pegava soava falso, pois não estava funcionando na minha própria vida. Agora estou deixando o ministério até que eu consiga resolver estas coisas.”
Tenho visto ao longo dos anos que pouquíssimos ministros com este problema retornam ao ministério. Por que? Porque se agarram com muita força à sua irritação contra Deus! Dizem: “Fiz tudo certo. Mas não aconteceu nada da maneira que eu esperava. Fui fiel a ele – mas ele falhou comigo!”
O Terrível Perigo e as Amargas Conseqüências de Guardar Amargura Contra Deus
Há pouco tempo atrás, resolvi ler uma biografia de missionários intitulada “Aggie” – e não consegui largá-la. Esta surpreendente história apertou meu coração e acabei sua leitura em uma só sentada.
Gostaria de resumir sua história aqui -porque ilustra de maneira viva o poder destrutivo da raiva cheia de amargura no coração do crente.
Em 1921, dois jovens casais de Estocolmo, na Suécia, responderam ao chamado de Deus para o campo missionário africano. Eram membros da Igreja Pentecostal Filadélfia, que enviava missionários para o mundo inteiro. Durante um culto missionário especial, estes dois casais receberam um chamado para irem para o Congo Belga, atualmente o Zaire.
Seus nomes eram David e Svea Flood, e Joel e Bertha Erickson. Svea Flood media apenas um metro e quarenta e dois centímetros de altura, e era uma cantora bem conhecida na Suécia. Mas os dois casais abandonaram tudo para oferecer suas vidas ao evangelho.
Quando chegaram ao Congo Belga, entraram em contato com o posto missionário local. A seguir, pegaram facões e literalmente foram abrindo caminho para dentro das matas do interior do Congo, infestado de insetos. David e Svea tinham um filho de dois anos, David Jr., e tinham de carregá-lo nas costas. Ao longo do caminho, as duas famílias pegaram malária. Mas continuaram indo adiante com grande zelo, prontos para serem mártires pelo Senhor.
Finalmente, chegaram a uma certa aldeia no interior. No entanto, para sua surpresa, o povo não permitiu que entrassem. Disseram aos missionários: “Não podemos permitir a entrada de nenhuma pessoa branca aqui, pois isso seria uma ofensa para nossos deuses.” Então as famílias dirigiram-se para uma segunda aldeia – mas lá também foram rejeitados.
A esta altura, não havia mais aldeias na região. As famílias esgotadas não tinham escolha a não ser fixarem-se naquele local. Então, abriram uma clareira no meio da floresta no alto de um monte, e construíram cabanas de barro, nas quais estabeleceram seus lares.
Com o passar dos meses, todos eles começaram a sofrer de solidão, de doenças e de desnutrição. O pequeno David Jr. ficou doente. E eles não tinham praticamente nenhum relacionamento com quaisquer dos aldeãos.
Finalmente, após cerca de seis meses, Joel e Bertha Erickson resolveram voltar para o posto missionário. Insistiram para que a família Flood fizesse o mesmo, mas Svea não podia viajar, pois havia se engravidado recentemente. E agora sua malária havia piorado. Além de tudo isto, David disse: “Desejo que a minha criança nasça na África. Vim para dar a minha vida aqui.” Então, a família Erickson simplesmente se despediu e iniciou a volta de cento e sessenta quilômetros, abrindo caminho pelo mato.
Durante vários meses Svea teve uma febre que produzia delírios. Contudo, durante todo aquele tempo, ela ministrou fielmente a um menino que vinha visitá-los, procedente de uma das aldeias que havia por perto. O menino foi o único convertido da família Flood. Ele trazia frutas para a família, e à medida que Svea lhe ministrava, ele simplesmente sorria de volta para ela.
Com o tempo, a malária de Svea se agravou tanto, que precisou ficar acamada. Ao chegar o tempo para nascer a criança, ela deu à luz uma saudável menina. Mas em uma semana, a mãe veio a falecer. Em seus últimos momentos, ela cochichou para David: “Dê o nome de Aina para a nossa filha.” E então, morreu.
David Flood ficou profundamente abalado pela morte de sua esposa. Reunindo todas as suas forças, ele pegou uma caixa de madeira e fez um caixão para Svea. A seguir, em uma primitiva sepultura nas encostas da montanha, enterrou sua amada esposa.
Ao se colocar de pé ao lado da sepultura dela, ele olhou para o filho ao seu lado. Aí, ouviu o choro de sua filha recém-nascida, na cabana de barro. E de repente, a amargura encheu seu coração. Uma ira cresceu dentro dele – a qual ele não conseguia controlar. A fúria tomou conta dele e gritou: “Por que o Senhor permitiu isto, Deus? Nós viemos aqui para dar nossas vidas! Minha esposa era tão bonita, tão talentosa. E aqui ela jaz, morta com vinte e sete anos de idade.
“Agora tenho um filho de dois anos de quem mal posso cuidar, e ainda mais esta bebezinha. Após mais de um ano nesta selva, tudo o que podemos mostrar como resultado é um garotinho da aldeia, que provavelmente nem entende o que lhe temos falado. O Senhor falhou comigo, Deus. Nossas vidas foram desperdiçadas!”
Nesta ocasião, David Flood empregou alguns homens das tribos locais como guias, e levou seus filhos para o posto missionário. Ao ver a família Erickson, ele falou raivoso: “Vou me embora! Não posso cuidar destas crianças sozinho. Vou levar meu filho comigo de volta para a Suécia – mas vou deixar minha filha aqui com vocês.” E assim, deixou Aina para ser criada pelos Ericksons.
Durante a viagem de volta para Estocolmo, David Flood ficou sobre o convés do navio em controvérsia com Deus. Ele havia dito a todo mundo que estava indo à África para ser mártir – para ganhar as pessoas para Cristo, qualquer que fosse o preço. E agora estava de volta como um homem derrotado e arrasado. Ele acreditava que havia sido fiel – mas que Deus o havia recompensado com total negligência.
Quando chegou a Estocolmo, ele resolveu se dedicar aos negócios de importação para fazer fortuna. E preveniu a todos em sua volta que nunca mencionassem Deus na sua presença. Quando isto acontecia, ele ficava furioso, e as veias saltavam no seu pescoço. Com o tempo, começou a beber intensamente.
Pouco depois que ele deixou a África, seus amigos Erickson faleceram de repente (possivelmente envenenados pelo chefe da aldeia local). Então, a pequena Aina foi entregue a um casal americano – pessoas queridas, que eu conheço, chamadas Arthur e Anna Berg. A família Berg levou Aina consigo para uma aldeia chamada Massisi, no norte do Congo. Lá, começaram a chamá-la de “Aggie”. E logo a pequena Aggie aprendeu a língua swahili e brincava com as crianças do Congo.
Ficando só a maior parte do tempo, Aggie aprendeu a brincar de jogos de imaginação. Ela imaginava que tinha quatro irmãos e uma irmã, e deu a todos eles nomes imaginários. Ela arrumava a mesa para seus irmãos, e conversava com eles. E imaginava que sua irmã estava continuamente procurando por ela.
Quando a família Berg foi de férias para a América, levaram Aggie junto, para a região de Mineápolis. Com o desenrolar dos acontecimentos, eles acabaram ficando lá. Aggie cresceu, e casou-se com um homem chamado Dewey Hurst, que mais tarde tornou-se o diretor da Faculdade Bíblica do Noroeste, a escola das Assembléias de Deus na cidade de Mineápolis, nos Estados Unidos.
Aggie, Já Adulta, Procura Seu Pai
Até então, Aggie não sabia que seu pai havia se casado novamente – desta vez com a irmã mais nova de Svea, uma pessoa que não servia a Deus. E agora ele tinha cinco filhos além de Aggie – quatro filhos e uma filha (exatamente como Aggie havia imaginado). Nesta época David Flood havia se tornado um alcoólatra crônico, e sofria grave perda da visão.
Durante quarenta anos Aggie tentou localizar seu pai – mas suas cartas nunca foram respondidas. Finalmente a escola bíblica concedeu a ela e ao marido passagens de ida e volta para a Suécia. Isso lhe daria a oportunidade de encontrar seu pai pessoalmente. Após cruzarem o Atlântico, o casal passou um dia em Londres. Resolveram fazer uma caminhada e então andaram até o auditório do Royal Albert Hall. Para sua alegria, encontraram lá uma convenção de missões pentecostais das Assembléias de Deus. Entraram e ouviram um pregador negro testificando a respeito da grande obra que Deus estava fazendo no Zaire – o Congo Belga!
O coração de Aggie saltava. Após a reunião, ela se aproximou do pregador e perguntou: “O senhor alguma vez conheceu os missionários David e Svea Flood?” Ele respondeu: “Sim. Svea Flood me levou ao Senhor quando eu era um garotinho. Eles tinham uma filha bebezinha, mas eu nunca soube o que aconteceu com ela.” Aggie exclamou: “Eu sou a menina! Eu sou Aggie – Aina!”
Quando o pregador ouviu isto, apertou as mãos de Aggie, abraçou-a e chorou de alegria. Aggie mal podia acreditar que este homem era o garotinho convertido, a quem a sua mãe havia ministrado. Ele crescera e se tornara um evangelista missionário para seu próprio país – que agora tinha 110.000 cristãos e 32 postos missionários.
No dia seguinte, Aggie e Dewey partiram para Estocolmo – e a notícia da sua chegada já se espalhara. A esta altura, Aggie sabia que tinha quatro irmãos e uma irmã. E para sua surpresa, três dos seus irmãos foram saudá-la no hotel. Ela perguntou-lhes: “Onde está David, meu irmão mais velho?” Eles simplesmente apontaram para o lobby em direção a uma figura solitária, sentada numa cadeira. Seu irmão, David Jr., era um homem enrugado, de cabelos grisalhos. Como seu pai, ele se tornara amargurado, e quase destruíra sua vida com o álcool.
Quando Aggie perguntou a respeito de seu pai, seus irmãos se ruborizaram com raiva. Todos eles o odiavam. Nenhum deles falava com ele já fazia alguns anos.
Aí, Aggie perguntou: “E minha irmã?”. Eles lhe deram um número de telefone, e Aggie imediatamente fez a ligação. Sua irmã atendeu o telefone – mas quando Aggie disse quem era, ela subitamente desligou. Aggie tentou ligar novamente, mas não obteve resposta. Em pouco tempo, porém, sua irmã chegou ao hotel, e lançou seus braços em torno dela. E disse-lhe: “Sonhei com você a minha vida toda. Eu costumava abrir um mapa-múndi na mesa, colocar um carrinho de brinquedo sobre ele, e fingir que dirigia por toda parte para encontrá-la.”
A irmã de Aggie também desprezava seu pai, David Flood. Mas prometeu ajudar Aggie a encontrá-lo. Então, saíram de carro em direção a uma região empobrecida de Estocolmo, onde entraram num edifício deteriorado. Quando bateram à porta, uma mulher as recebeu. Lá dentro, garrafas de bebidas alcoólicas estavam caídas por toda parte. E deitado sobre uma cama num canto estava seu pai – o antigo missionário David Flood. Ele agora tinha setenta e três anos de idade e sofria de diabetes. Ele também havia sofrido um derrame cerebral e tinha cataratas nos dois olhos.
Aggie pulou para seu lado, gritando: “Papai, sou a sua filhinha – aquela que o senhor deixou na África.” O velho virou e olhou para ela. Lágrimas formaram-se em seus olhos. Ele respondeu: “Eu jamais desejei entregar você para os outros. Eu simplesmente não conseguia cuidar de vocês dois.” Aggie respondeu: “Tudo bem, papai. Deus cuidou de mim.”
Subitamente, o rosto de seu pai se cobriu de trevas. “Deus não cuidou de você!” ele vociferou. “Ele arruinou toda a nossa família! Ele nos levou para a África, e a seguir nos traiu. Não houve nenhum resultado do tempo que passamos lá. Foi um desperdício de nossas vidas!”
Aggie então contou-lhe a respeito do pregador negro que acabara de encontrar em Londres – e como o país havia sido evangelizado através dele. “É tudo verdade, papai”, ela dizia. “Todo mundo está sabendo a respeito daquele garotinho que se converteu. A história chegou a todos os jornais.”
De repente o Espírito Santo caiu sobre David Flood – e ele se quebrantou. Lágrimas de dor e arrependimento desceram pelo seu rosto – e Deus o restaurou.
Pouco tempo após o encontro deles, David Flood morreu. E apesar de haver sido restaurado para o Senhor, ele deixou apenas ruínas atrás de si. Além de Aggie, seu legado eram cinco filhos – nenhum deles salvo, e todos tragicamente amargurados.
Aggie escreveu toda a história. No entanto, enquanto trabalhava nisto, foi acometida de câncer. Logo após terminar seus escritos, ela partiu para ficar com o Senhor.
Esta Mensagem É Para Todos Que Acham – Como David Flood – Que Têm O Direito De Ficar Com Raiva De Deus!
David Flood representa muitos cristãos de hoje. Ficaram desapontados, decepcionados – e agora estão cheios de ira para com Deus!
A Bíblia nos dá um exemplo disto no livro de Jonas. Assim como David Flood, Jonas recebeu um chamado missionário vindo de Deus. E foi para Nínive pregar a mensagem de julgamento que Deus lhe deu a cidade seria destruída em quarenta dias.
Após entregar a mensagem, Jonas sentou-se num monte, aguardando que Deus começasse a destruição. Mas quando os quarenta dias passaram, nada aconteceu. Por que? Nínive se arrependera – e Deus mudara de idéia quanto a destruí-los!
Isto deixou Jonas irado. Ele clamou: “Senhor, tu me traístes! Tu colocastes um chamado em meu coração para vir aqui e pregar sobre o julgamento. Todos em Israel ficaram sabendo. Mas agora, tu mudastes tudo sem me avisar. Estou parecendo um falso profeta!
Jonas assentou-se sob o sol quente amu-ado – irritado com Deus! Contudo, em suai misericórdia, Deus fez nascer uma planta para proteger Jonas do calor: “…para que fizesse sombra sobre sua cabeça, a fim de o livrar do seu desconforto…” (Jonas 4.6).
Bem, a palavra “desconforto” aqui significa “desprazer, desapontamento”. Em outras palavras, Jonas estava desconfortável porque as coisas não haviam corrido como ele planejara. Deus havia mudado seu curso – e o orgulho de Jonas fora ferido!
É aqui que se inicia a maior parte da raiva contra Deus – com um desapontamento. Deus pode nos chamar, nos dar um objetivo e nos enviar – mas ele pode fazer mudanças em seu plano soberano sem nos consultar. E então, quando as coisas não correm como havíamos planejado, podemos sentir-nos desorientados ou traídos.
Quando chegamos a este ponto, Deus compreende nosso choro de dor e confusão. Afinal de contas, nosso choro è humano. E não difere do clamor de Jesus sobre a cruz: “Pai, por que me desamparastes?”
Mas, se continuamos a alimentar um espírito de irritação, isto produzirá ira em nosso interior. E Deus nos fará a mesma pergunta que fez a Jonas: “É razoável esta tua ira…?” (v. 9). Em outras palavras: “Você acha que tem o direito de ficar zangado?”
Jonas respondeu: “Eu tenho todo o direito de ficar zangado, até o dia em que eu morrer!” Aqui estava um profeta que estava tão exasperado, tão irritado, tão cheio de ira para com Deus, que disse: “Não me importa se eu vivo ou morro! Meu ministério é um fracasso. E todo meu sofrimento foi em vão. Passei três dias e três noites no ventre malcheiroso daquela baleia – para quê? Deus mudou tudo o que tinha a ver comigo. Tenho todo o direito de estar zangado com ele!” Muitos cristãos são iguais a Jonas – acham que têm o direito de estar com raiva de Deus. Eles pensam: “Eu oro, leio minha Bíblia, obedeço a palavra de Deus. Então, por que vieram sobre mim todas estas lutas? Por que não vejo as bênçãos que Deus me prometeu? Ele falhou comigo!”
O Maior Perigo de Alimentar Ira e Irritação Para Com Deus É Que Se Pode Ultrapassar o Limite e Chegar a uma Posição Irreversível!
É possível você chegar a um ponto, onde não será mais capaz de ser tocado. Este é o ponto onde nada e ninguém pode consolá-lo!
Jeremias escreveu: “…Ouviu-se um clamor em Rama, pranto e grande lamento; era Raquel chorando por seus filhos e inconsolável por causa deles, porque já não existem” (Jr 31.15).
Na época que Jeremias escreveu isto, Israel estava sendo levado para o cativeiro pelos assírios. Seus lares haviam sido queimados e destruídos, e todas suas vinhas foram danificadas. Jerusalém fora reduzida a uma pilha de entulho. Em toda sua volta, não se via senão ruína e desolação. Então Jeremias usou Raquel – uma ancestral de Israel -como sendo aquela personagem em prantos, tão perturbada por ver seus filhos sendo levados, que nada a poderia confortar.
Em essência, Jeremias estava dizendo que estes israelitas que se lamentavam, haviam se aprofundado na amargura – e que estavam além do limite de qualquer tipo de consolo! Jeremias não os podia confortar; não adiantava nem tentar falar com eles. Em suas mentes, Deus havia permitido que o cativeiro os vencesse – e tinham o direito de se amargurarem com ele!
Contudo, aqui está o perigo. Quando armazenamos nossas inquirições e nossas queixas por muito tempo, elas se transformam em irritação. Aí nossa irritação se transforma em amargura. E finalmente, nossa amargura se transforma em raiva. Quando chegamos a este ponto, não damos mais ouvidos à reprovação. A palavra de Deus não tem efeito sobre nós. E ninguém – nenhum amigo, pastor ou cônjuge – pode nos alcançar. Nós bloqueamos toda a insistência do Espírito.
Para Aqueles que Admitem Estar Próximos ou Mesmo Já Terem Passado o Ponto de Recusa da Consolação, Há Boas Notícias!
A Palavra de Deus diz que há esperança! “Assim diz o Senhor: Reprime a tua voz de choro e as lágrimas de teus olhos; porque há recompensa para as tuas obras, diz o Senhor, pois os teus filhos voltarão da terra do inimigo” (Jr 31.16). Em outras palavras: “Pare de chorar – pare de se queixar. Eu vou recompensá-la pela sua fidelidade!”
“Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão” (1 Co 15.58). Amados, seus prantos e suas orações não foram em vão! Toda sua dor e todas suas lágrimas tiveram um propósito.
Deus está lhes dizendo: “Vocês pensam que tudo acabou. Vocês enxergam unicamente suas circunstâncias – o fracasso, a ruína, a falta de resultados. Aí vocês dizem: ‘Cheguei ao fim’. Mas eu lhes digo que é o início! Tenho diante de mim a recompensa que estou prestes a derramar sobre vocês. Tenho coisas boas em mente em relação a vocês – coisas maravilhosas. Então, parem com seu choro!”
Prezado santo, permita que o Espírito de Deus cure toda sua amargura, sua raiva, sua ira – antes que ela destrua você! Você pode estar vendo apenas ruína em sua vida – mas ele vê a restauração! Permita que ele o restaure agora da desolação que o cerca. Ele tem apenas coisas boas em mente para você – porque ele “…se torna galardoador dos que o buscam” (Hb 11.6). Aleluia!
Copyright © 1999 by World Challenge, Lindale, Texas, USA
David Wilkerson é pastor da Times Square Church, em NY, e autor de vários livros.
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“Se você está à procura de uma religião que o faça sentir realmente confortável, eu certamente não recomendaria o cristianismo”.
C. S. Lewis
Respostas de 10
Não tenho a menor dúvida que Deus me direcionou a esta mensagem… Estou tão decepcionada que penso já ter ultrapassado o ponto de recusa da consolação… Felizmente Deus é bom!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Quando se trata de Deus, a incompetência pode ser mais desalentadora que a possível não existência.
Muitas vezes é necessario “perdoar” a Deus por uma questao meramente psicológica Ele entende isso e funciona!
Gratidão, Deus vos pague, me ajudou muito, estava sentido que já ultrapassava os limites da minha salvação, toda essa raiva dentro de mim e incompreensões do que esta acontecendo em minha vida.
Senhor Jesus Misericórdia.
Nossa!! Que texto maravilhoso !! Chorei muito!!!
Que Deus te abençoe por esse texto maravilhoso!!
Perdi minha filha e meu filho. Eu estava com muita raiva de Deus, mas estava me fazendo mau essa situação. Sei que um dia vou entender os planos Dele.
Valéria, boa noite.
Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais.
Então me invocareis, e ireis, e orareis a mim, e eu vos ouvirei.
E buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes com todo o vosso coração.
Jeremias 29:11-13
Que alegria encontrar o site desta revista. Li a edição 41 “Restaurando o Ministério Principal da Igreja”, impressa e fiquei impactada com o conteúdo. O texto é tão atual que fiquei triste, mas agradecida pela exortação. Gratidão pela misericórdia do Senhor.
Sei que tudo o que passo é por minha culpa, quando estava na bonança, mal orava e buscava a graça de Deus, também não o agradecia pelas bênçãos. Depois que aceitei novamente a Deus, tudo ficou de ponta cabeça, e em vários momentos fiquei tão bravo com Deus, que me tranquei no quarto. Comecei a sentir tamanha ira até da minha própria família, mas tudo isso são consequências dos meus pecados.
Este belíssimo texto me restaurou as forças e me fez entender o que passo, e o porque passo, por mais difícil que esteja nossa luta, de verdade Deus não tem culpa de nada, mas sim nossas atitudes que são as verdadeiras culpadas..