Entender o propósito de Deus parece ser algo muito complexo porque misturamos nossa maneira de pensar com a de Deus. Ou seja, queremos encaixar nossos conceitos no pensamento de Deus com a expectativa de que, com uma “melhoria” nossa, se tornem mais lógicos. Ora, se mesmo quando aplicamos conceitos de uma cultura para outra de diferente região ou época, isto já inviabiliza a compreensão, quanto mais isso ocorrerá quando se mistura conceitos divinos com humanos.
Quando estudamos uma determinada área de conhecimento, utilizamos as categorias que lhe são próprias. Por exemplo, ao pesquisar sobre a psicologia, devemos usar os termos e propriedades que são inerentes dela. Seria equivocado propor que a psicologia se enquadrasse dentro dos conceitos aplicáveis à engenharia.
Portanto, se misturar conceitos culturais de diferentes áreas do conhecimento é considerado um erro crasso, deveríamos ser muito mais cautelosos no que se refere às coisas espirituais. Não vemos, contudo, os mesmos cuidados no que se refere à fé. Ao contrário, muitas vezes são utilizados conceitos das mais diversas áreas para questioná-la. Evidentemente isso nunca poderá nos levar a alguma conclusão a respeito da vontade de Deus.
À luz disso podemos ter um melhor entendimento sobre o texto escrito por São Paulo em Romanos 12:2. Ele nos ensina que devemos renovar nosso entendimento para compreender a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Paulo está dizendo que nossos conceitos humanos são insuficientes e inadequados para alcançar a vontade divina e, ao mesmo tempo, afirmando a generosidade da vontade Dele.
A vontade de Deus está relacionada diretamente com o governo de Deus. Este governo divino era absoluto no Éden antes de Adão pecar. Desse modo, podemos concluir que o paraíso, governado por Deus e plenamente compatível com sua vontade, era um lugar bom, agradável e perfeito. Um lugar de delícias! Lançar dúvida sobre o governo de Deus e propor alternativas a ele foi o argumento da serpente para introduzir o pecado.
Muito embora a história edênica nos pareça antiga, ela continua atualíssima, pois ainda hoje o homem mantém essa desconfiança quanto à vontade e governo de Deus. A humanidade está constantemente procurando alternativas para não se render aos planos divinos e impondo restrições ao seu governo, não o aceitando como absoluto.
Com isso, o homem impede a sua própria felicidade. Mesmo alguns dentre aqueles que desejam o Paraíso têm dificuldades de aceitá-lo desde já. Consideram que Deus seja um “estraga prazeres cósmico” que nos impede de exercer nossa liberdade. Muitos têm em conta que, para servi-Lo, é necessária muita abnegação nesta vida em troca da felicidade após a morte. Este é o mesmo dilema que Eva enfrentou. Ela errou quando trocou a vontade de Deus por uma falsa liberdade pessoal de “trilhar o seu próprio caminho de felicidade”. Ela era livre e não sabia, iria se tornar escrava e não tinha consciência disso.
Hoje, ao contrário, os homens são escravos e não sabem; podem se tornar livres, mas não atentam para isso. É como se Satanás tivesse invertido a realidade – tornando a verdade em mentira e a mentira em verdade – para manter os homens como seus escravos. Muitas pessoas temem a conversão por considerar que isso lhe trará restrições. No entanto, esta é uma grande mentira invertida por Satanás. Um alcoólatra, por exemplo, não será proibido de beber, mas encontrará uma vida nova em que os efeitos do álcool já não serão necessários.
Podemos concluir, então, que desprezar a vontade de Deus e seu governo sobre nossa vida pessoal é ser refém de uma mentira. E, se desejamos o paraíso, podemos começar a desfrutar dele ainda hoje, trocando a nosso desejo pessoal pela boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
Revisão: Renata Ribeiro Arruda
Ps: Título Inspirado no pensamento de Santa Paula Frassinetti (1809-1882)
Uma resposta
DE GRANDE RELEVÂNCIA PARA A NOSSAS VIDAS, QUE DEUS CONTINUE VOS ABENÇOANDO