10 de outubro de 2024

Ler é sagrado!

O Amor de Uma Pessoa Cheia do Espírito

Wesley L. Duewel (1916–2016 )

O cristão é como uma cidade situada sobre uma colina (Mt 5.14): é impossível não ser avistado por todos. Devemos agradecer a Deus pelo fato de o mundo nos observar, porque essa é a nossa oportunidade de glorificar Deus com a nossa conduta. Contudo, em muitas ocasiões os não cristãos tropeçam por causa do mau exemplo de cristãos professos.

A visão que os descrentes têm de Deus e da salvação em Cristo se baseia naquilo que eles veem em nós. As pessoas não conseguem discernir o amor de Deus sendo derramado em nossa alma por meio da ministração do Espírito. Só por meio de nossas ações externas é que conseguem ver a forma como expressamos esse amor. Elas esperam de nós padrões de conduta ainda mais elevados do que exigem de si mesmas.

Não podemos correr o risco de ignorar os nossos defeitos, mas devemos admiti-los humildemente. Não podemos nos arriscar a ser descuidados nas nossas palavras ou grosseiros em nossas ações. Não podemos correr o risco de ser insensíveis, pois há pessoas espiritualmente sedentas e abatidas que estão nos observando. Se manifestarmos o fruto do Espírito em nossa vida, muitos desses que se encontram sedentos serão atraídos a Cristo, e assim Deus será glorificado.

O que mais importa em tudo isso é que Deus espera de nós um elevado padrão ético de vida. Ele enviou o seu Filho para que fôssemos purificados pela sua morte. Cristo pagou com prazer o preço pela nossa salvação, nos livrando tanto da culpa como do poder do pecado. E o Espírito Santo está operando em nós tanto para nos purificar quanto para nos ajudar a glorificar Cristo em tudo o que dizemos e fazemos. Não ousemos entristecer o nosso santo Deus trino. Será que estamos falhando com ele? É extremamente urgente que pratiquemos constantemente a ética do amor perfeito e santo nas nossas relações com os outros.

O amor que habita o coração de uma pessoa cheia do Espírito é aquele amor verdadeiro descrito em 1 Coríntios 13. Ele não conhece ciúmes, inveja, orgulho, cobiça ou rancor. Quando o nosso ser está repleto de Deus, também estamos repletos de amor, pois Deus é amor (1 Jo 4.8). Embora nunca venhamos a alcançar a perfeição da mente ou do corpo que Adão tinha no princípio, podemos vir a ser perfeitos no amor, pois o próprio Deus purifica o nosso amor (1 Jo 4.17-18). O nosso amor não será infinito, mas aumentará à medida que formos seguindo a orientação e disciplina do Espírito Santo.

Só quando colocarmos em prática o amor redentor de Deus ao compartilharmos Cristo com os outros é que poderemos permanecer cheios do Espírito. Devemos, em Cristo, partilhar o amor do Calvário com um fervor missionário. O amor redentor possui um sentido de responsabilidade pela salvação do próximo, começando pelos nossos vizinhos (a nossa Jerusalém; ver Atos 1.8) e se estendendo até os confins da terra.

O amor redentor não se baseia em mérito algum que o destinatário da mensagem possa ter. Ao contrário, ele alcança tanto os mais incivilizados quanto os mais instruídos e cultos; estende-se àqueles cuja vida é mais promissora e àqueles cuja vida parece irrecuperável. Ninguém consegue ter tanto amor pela salvação de alguém como uma pessoa cheia do Espírito, pois essa preocupação com a salvação do próximo provém do Espírito Santo. Os cristãos que fecham o coração às necessidades alheias correm o perigo de perder a plenitude do Espírito.

O amor redentor age de formas práticas na resolução de crises e na restauração de relações rompidas, levando o próximo a se tornar mais frutífero em sua caminhada com Deus. Quem está cheio do Espírito sente-se no dever de apresentar a cada pessoa não salva o amor transformador de Cristo e a servir aos seus irmãos em Cristo. O amor redentor nos leva a desejar satisfazer, na medida do possível, todas as necessidades do próximo. Esse amor é altruísta, maleável, humilde e procura constantemente servir aos outros. É o tipo de amor que nos leva a colocar um avental e lavar os pés do próximo (Jo 13.4-5,15). Nós, cristãos, amamos porque Deus nos amou primeiro.

Essa é a ética da vida cheia do Espírito: ela é marcada por um amor santo, abnegado e redentor. Todos os outros frutos do Espírito surgem a partir desse amor (Gl 5.22-23) e vão aumentando à medida que temos sede dele e pedimos mais a Deus, pois se pedirmos, receberemos (Lc 11.13). Assim, combinando nossa sede constante por mais do Espírito à contínua transfiguração pelo Espírito na gloriosa semelhança de Jesus Cristo e à sua orientação e disciplina firme para nos permitir expressar a vida do Espírito que habita em nós, seremos agentes centrais de avivamento e de bênção para a causa de Deus onde quer que estejamos, levando outros a ver e ter sede de conhecer a Deus também.

(Extraído do livro Mais Deus, Mais Poder de Wesley L. Duewel, editora Candeia. Copyright © 2000 por Wesley L. Duewel. Utilizado com permissão da Duewel Literature Trust, Inc., Greenwood IN, EUA.)

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