23 de novembro de 2024

Ler é sagrado!

Reino de Deus: Difícil de Achar, Fácil de Perder

O Reino de Deus é o tema central da Bíblia. No primeiro capítulo de Gênesis, Deus já deixou claro seu objetivo: o homem e a mulher, criados à imagem e semelhança da Trindade, se multiplicariam, encheriam a Terra com a expressão divina e a sujeitariam.

Nesse primeiro vislumbre do grandioso plano de Deus na Terra, já percebemos que o sonho dele não é meramente reinar como soberano absoluto sobre toda a criação; muito mais profundo, rico e desafiador do que isso, ele quer reinar em koinonia, em parceria, em cooperação e harmonia com o homem. E é precisamente por causa desse aspecto essencial do seu propósito que surge todo o drama da História, com seus desvios e obstáculos aparentemente intransponíveis que parecem ameaçar a realização do objetivo divino.

Sabemos que a primeira grande tragédia na História, de acordo com o relato bíblico, foi o pecado do homem no Jardim do Éden. O Reino de Deus, já implantado ali em forma embrionária, se perdeu num instante, deixando para sempre, entre a humanidade, a dúvida de sua localização original, como se fosse possível reencontrá-lo em algum ponto geográfico!

Toda a História desde então, do ponto de vista de Deus, só tem sentido no que se relaciona com a recuperação do projeto original. Para isso, o plano divino se desenvolve em duas grandes etapas: a primeira para construir um modelo ou maquete, como um arquiteto que quer conquistar o entusiasmo de todos com o projeto que levará muitos anos para se tornar realidade, e a segunda, inaugurada pela vinda do próprio Deus em carne, para introduzir, em essência e substância (embora de forma embrionária e nem sempre visível), o Reino que um dia nunca mais se perderá nem desaparecerá desta Terra.

A primeira etapa, descrita no Antigo Testamento, cobriu um período de 4 mil anos, de acordo com as genealogias ali registradas. A segunda começou com um período de poucas décadas, cuja história se encontra no Novo Testamento, e continua até hoje, mais de 2 mil anos depois do nascimento de Cristo. Só será encerrada quando o mesmo Messias que veio para implantar a semente divina do Reino voltar pessoalmente para assumir o trono junto com a Noiva que está sendo preparada para reinar ao lado dele.

Clique para ver a imagem ampliada.

Como se pode ver no gráfico, os 4 mil anos do Antigo Testamento podem ser subdivididos em dois períodos de 2 mil anos. Na primeira parte, de Adão a Abraão, temos poucos fatos registrados. Foi uma época em que o pecado, que começou com uma “simples” desobediência no jardim, cresceu e amadureceu, revelando sua verdadeira natureza por meio dos frutos que produziu. O único grande evento nesse período foi o dilúvio, revelando o juízo divino que virá no final por causa do pecado.

É a segunda parte, que vai de Abraão a Jesus, que ocupa quase todo o Antigo Testamento, desde o final do capítulo 11 de Gênesis até Malaquias (ficando ainda um período de silêncio de 400 anos entre Malaquias e Jesus). Abraão marcou a mudança do primeiro período para o segundo porque foi a partir dele que Deus reiniciou seu plano de estabelecer um reino na Terra.

Mas esse período ainda precisa ser subdividido mais uma vez. De Abraão a Davi, Deus estava construindo o protótipo ou maquete do seu projeto eterno. Durante mil anos (que para Deus é como um dia!), ele desenvolveu, passo por passo, o caminho para chegar ao seu maravilhoso e sublime objetivo. Começando com um indivíduo, Abraão, ele lançou os alicerces do Reino, dentre os quais podemos citar promessa, confiança, aliança, paternidade, família e sacerdócio. Passando por três gerações de patriarcas, vieram finalmente os doze cabeças das tribos que, mais tarde, desceram para o Egito para ali se multiplicarem e se tornarem um grande povo. Algumas gerações depois, ele levantou Moisés para tirar o povo do Egito e estabelecer os mesmos princípios do Reino numa nação inteira. Depois de entrarem na terra prometida, eles tiveram de lidar com os inimigos de Deus e com o desafio de formar um reino, que é bem diferente de ser apenas um povo, mesmo já tendo características especiais por causa da aliança com Deus.

Ser Reino de Deus não é apenas uma questão de governo, mas sem o governo de Deus o Reino não pode existir. Os mil anos de história mostram que o caminho para chegar ao pleno objetivo divino não é curto. Há muitos passos a serem dados, muitos erros e desvios que podem acontecer, muitas tentativas fracassadas que atrasam o processo. Além dos ciclos dos juízes, que passavam, vez após vez, pelos mesmos problemas, ainda tiveram que experimentar o reino humano de Saul antes de chegar o verdadeiro rei, o homem segundo o coração de Deus.

Davi representa a última etapa, a vinda do reino que Deus espera. Jerusalém, a cidade que ele conquistou, é a cidade da eterna morada de Deus com os homens. Davi descobriu que Deus não estava satisfeito com sua morada no Céu e queria uma casa na Terra. Era isso que Deus estava esperando que alguém descobrisse e, a partir desse momento, ele nunca mais procurou um outro lugar de morada. Em todas as Escrituras, o testemunho é unânime: Deus escolheu Sião, é ali que habitará e é de lá que reinará sobre toda a Terra.

Porém, ainda faltava mais um período de mil anos para chegar a Jesus e à vinda do Reino verdadeiro para a Terra. Os mil anos de Salomão a Jesus foram um período de apostasia, divisão e cativeiro. Evidentemente, Deus tinha tanta coisa para mostrar nessa fase quanto tinha nos mil anos do desenvolvimento do protótipo, porque dedicou o mesmo espaço de tempo.

O que impressiona é a rapidez com que os homens conseguem perder o que foi conquistado com tanta dificuldade, ao longo de tantos anos. Deus precisou de mil anos para levar seu projeto do ponto inicial, com Abraão, até o ponto de consumação, com Davi. Em poucos anos, durante a vida de um só homem, o reino alcançou o apogeu, depois da construção e dedicação da casa de Deus, quando Salomão tinha domínio sobre tudo o que Deus havia prometido a Abraão, e depois caiu ao absurdo de construir altares abomináveis a outros deuses na cidade em que Deus prometera morar.

Não foi a última vez que isso iria acontecer. Você pode, sem dúvida, lembrar de muitos outros períodos de glória em que, depois de muita dificuldade e demora para chegar a uma manifestação verdadeira da presença do Reino, o homem conseguiu perdê-la em questão, às vezes, de poucos anos ou, até mesmo, de meses!

O que nos leva a perder, com tanta facilidade, a vinda do Reino? Veremos alguns dos fatores nos próximos posts.

O Reino de Deus: difícil de achar, muito fácil de perder!

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Respostas de 8

  1. Vejo que este seu comentário ainda não se findou, porque o Sr. não teceu nenhum comentário a respeito do novo testamento, concluindo assim o tema abordado sobre o Reino de Deu.
    Quando o Sr. relaciona o assunto com a recuperação do projeto original, o qual ficou representado na última etapa em Davi, a cidade por ele conquistada (Jerusalém), como sendo a eterna morada de Deus com os homens. Mas passado os mil anos após Salomão vejo que em Jesus (o Homem segundo o coração de Deus), foi Nele estabelecido o verdadeiro projeto original no qual podemos Nele estabelecer o verdadeiro Reino de Deus, morada esta na Terra que Deus já escolheu, mas que os homens, quando da sua primeira vinda deixaram escapar, e agora o que nos resta senão, uma massificação de todos os seres humanos aqui na terra vivendo em verdadeira Santidade e Fé em Jesus, para que com a Sua segunda vinda possa verdadeiramente se estabelecer o Reino de Deus e se fazer a eterna morada de Deus com os homens.

  2. É verdade, o Reino no Velho Testamento era uma sombra do verdadeiro que veio com Jesus. Mas a sombra mostra o que seria feito com o Reino verdadeiro também. Assim como os homens perderam rapidamente o Reino que chegou com Davi, nós também perdemos o Reino que veio em Jesus. Usamos a expressão “perdeu” para dizer que perdemos a sua manifestação. Porém, o Reino está ao nosso alcance porque Jesus o trouxe efetivamente para a Terra. Por isso, devemos estudar como o Reino foi perdido e reencontrado no tempo do Reino Dividido para entender como é fácil perdê-lo hoje e como podemos reencontrá-lo.

  3. Meu amado irmão Christopher aqui é o Marcos Vinicius de Nova Iguaçu ,RIO DE JANEIRO.
    Esta palavra que vc deixou para nós aqui ,tem transformado nossas vidas ,infelizmente estamos na parte de facil de perde,mais como eu falei todos os dias tenho feito como boi ruminado estas palavras ,mais parei de fica fazendo força para ir para o céu eu ja intendi que tenho que preparar o meu coração para ele vim morar aqui nesta terra conosco.
    Que Deus te use com paixão cada vez mais para fazer a vontade de Deus. um abraço!!!!

  4. Graça, misericórdia e Paz da parte de Deus Pai e do Senhor Jesus Cristo!
    Estudar as escrituras é um privilégio deveras, riquíssimo; à luz da Palavra de Deus nos encontramos em uma montanha de riquezas infinitas, as quais poderemos entender pelo Espírito Santo como as insondáveis riquezas de Cristo que Paulo nos fala em Efésios 3:8.
    O Estudo e gráficos do irmão Walker sem duvida alguma penso eu, fornece-nos elementos importantes pra estudarmos a questão do reino de Deus fundamentado e praticado pela era real.
    Não podemos, no entanto, deixar de examinar também outras porções da Palavra que, claramente vai nos desvendar o Reino de Deus imensamente focalizado no Eterno Propósito de Deus de eternidade passada a eternidade futura; e que o Reino dos Céus é inserido dentro do Reino de Deus com a chegada da Graça e Verdade por intermédio de Jesus Cristo.

    abraço a todos os santos em Cristo Jesus

    vladimir

  5. Olá, me mandaram um dia o site da revista impacto, e literalmente os posts são impactantes! Que Deus continue usando a vida de todos que estão envolvidos neste projeto. Abraços !

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