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Fé e Ministério em tempos de crise

Por Rich Carmicheal

A situação no mundo é terrível. O impacto da pandemia do coronavírus por si só já seria motivo de grande preocupação, mas ao mesmo tempo há muitas condições que refletem uma ruptura moral e espiritual nas nações, incluindo imoralidade, anarquia, violência, raiva, tumultos, confusão e divisão. Muitas pessoas perderam a capacidade de raciocinar claramente. Chegamos ao ponto em que muitos “ao mal chamam bem e ao bem, mal” (Is 5.20). Os valores tradicionais estão sendo rejeitados, e há uma crescente hostilidade contra o cristianismo.

Isso não surpreende uma vez que são consequências naturais de uma sociedade que rejeita o Senhor e sua Palavra. Como ensina o apóstolo Paulo em Romanos 1: “A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça” (Rm 1.18). Quando as pessoas não glorificam a Deus como deveriam, seus pensamentos se tornam fúteis, e os seus corações tolos são obscurecidos (Rm 1.21). Ao professar serem sábios, tornam-se tolos, transformando a glória do Deus incorruptível numa imagem semelhante ao homem corruptível, trocando a verdade de Deus por mentira, adorando a criatura em vez do Criador (Rm 1.22-25). Finalmente chegam ao ponto que Deus os entrega aos seus pecados (Rm 1.24-28). Os pecados que Paulo enumera são tragicamente semelhantes aos de hoje (Rm 1.29-31)!

Deus trabalha por meio de seu povo

Como povo de Deus neste tempo atual, precisamos obviamente de recursos divinos para nossa vida e ministério. O livro de Neemias nos lembra da importância de uma única pessoa dedicada, cheia de fé e confiança no Senhor, e o quanto ela pode fazer a diferença numa crise nacional. No início, o povo em Judá e Jerusalém estava “em grande aflição e censura” (Ne 1.3), mas, no final da história, as condições são dramaticamente transformadas, e o povo se enche de alegria (Ne 12.43). Tudo isso aconteceu pela fé e coragem de um homem, Neemias, que creu nas promessas de Deus, e buscou misericórdia e socorro numa situação desesperadora.

Em Atos 27, vemos outro exemplo do impacto que uma pessoa dedicada, cheia de fé e da vida em Deus, pode causar numa circunstância aparentemente sem esperança. Nesse caso particular, o apóstolo Paulo foi uma das 276 pessoas a bordo de um navio no meio de uma tempestade feroz que durou muitos dias. As condições eram tão terríveis que “dissipou-se, afinal, toda a esperança de salvamento” (At 27.20). No entanto, Paulo recebeu a promessa do Senhor de que preservaria a vida de todos aqueles que navegavam com ele (At 27.24). Ele creu nessa palavra e agiu em conformidade com ela; no final, todos sobreviveram à tempestade e ao subsequente naufrágio.

Claro que a questão não é realmente sobre o que homens e mulheres são capazes de fazer, mas sobre o que Deus é capaz de fazer por meio deles. Não havia como Paulo pudesse ter levado 276 pessoas à segurança após um naufrágio. Neemias, com seus próprios recursos, jamais poderia ter provocado uma mudança dramática em Jerusalém. Mas quando Deus faz uma promessa, ele tem recursos infinitos para cumpri-la, e tudo é possível! Como exclama Jeremias: “Ah! Senhor Deus, eis que fizeste os céus e a terra com o teu grande poder e com o teu braço estendido; coisa alguma te é demasiadamente maravilhosa” (Jr 32.17). Aliás, ele disse isso em resposta à promessa de Deus de restaurar seu povo do cativeiro, uma promessa que parecia impossível do ponto de vista humano.

O que você acredita ser possível para o Senhor hoje? Poderia ele iniciar um despertamento espiritual no meio dos convertidos e não convertidos, dentro e fora do nosso país? O que ele faria se seu povo acreditasse de fato na sua Palavra e começasse verdadeiramente a se humilhar, orar, buscar sua face e se converter de seus caminhos maus, de acordo com a exortação de 2 Crônicas 7.14? Será que ele cumpriria sua promessa de “ouvir dos céus, e… perdoar os seus pecados e sarar a sua terra”? O Senhor obviamente sempre cumpre suas promessas e é sempre capaz de o fazer. A questão é: seu povo crerá nele e responderá de acordo?

Nosso refúgio, força e socorro

Num nível mais pessoal, você acredita que o Senhor tem o poder de sustentá-lo durante este tempo de crise e de trabalhar em sua vida e por meio dela? Considere, por exemplo, algumas verdades e promessas no Salmo 46. O salmo começa: “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem-presente nas tribulações. Portanto, não temeremos ainda que a terra se transtorne e os montes se abalem no seio dos mares; ainda que as águas tumultuem e espumejem e na sua fúria os montes se estremeçam” (Sl 46.1-3). Não é reconfortante saber que a Bíblia não finge que a vida é fácil, mas também reconhece prontamente que atravessamos momentos de dificuldade, até o ponto em que tudo parece desmoronar? E, no entanto, por mais terrível que seja a situação que enfrentamos, Deus promete ser nosso refúgio, nossa força e nosso socorro bem-presente!

Deus é nosso refúgio. Por causa de quem é o Senhor, podemos confiar plenamente nele quando o buscamos por segurança e proteção em tempos de dificuldades. Debaixo das suas asas nos abrigamos (Sl 57.1; 91.4) e ao nosso redor estão seus braços eternos (Dt 33.27). Ele é nossa rocha e fortaleza, nosso refúgio forte a quem podemos recorrer continuamente (Sl 71.3).

Deus é nossa força. Nossa própria força é muito limitada e podemos chegar a um ponto em que ela falha. Mas a força do nosso Deus é ilimitada e nunca falha! “Grande é o Senhor nosso e mui poderoso…” (Sl 147.5). “Por ser ele grande em força e forte em poder”, as estrelas estão em seus lugares, e este é o Deus que promete nos dar força quando somos fracos e enquanto esperarmos nele (Is 40.26-31). Ele nos fortalece “com todo o poder, segundo a força da sua glória, em toda a perseverança e longanimidade; com alegria” (Cl 1.11). Não admira que Paulo pudesse exclamar: “Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece” (Fp 4.13).

Perto do fim da vida de Paulo, num momento crucial e desafiador, ele pôde testemunhar: “Mas o Senhor me assistiu e me revestiu de forças, para que, por meu intermédio, a pregação fosse plenamente cumprida…”. (2 Tm 4.17). Que possamos igualmente olhar para o Senhor para buscar a força divina necessária para a nossa vida e para o ministério que nos confiou nessa hora crítica. No meio da batalha espiritual que nos rodeia, que possamos “ser fortalecidos no Senhor e na força do seu poder” (Ef 6.10) e tomar uma posição firme!

Deus é o nosso socorro. No Salmo 121, o salmista diz que a nossa ajuda vem “do Senhor, que fez o céu e a terra” (Sl 121.1-2). Não é tranquilizador saber que o Criador do céu e da terra é aquele que nos ajuda? Se ele criou tudo, então certamente tem o poder e a compreensão para fornecer qualquer ajuda de que possamos precisar!

E isso é verdade mesmo em situações aparentemente impossíveis. Considere, por exemplo, o povo de Judá na época de Jeosafá, que enfrentava a inevitável derrota perante os exércitos combinados que estavam prontos a atacá-los. O que fizeram naquela ocasião? “Judá se congregou para pedir socorro ao Senhor” (2 Cr 20.4). Em resposta, o Senhor interveio e, milagrosamente, libertou-os dos seus inimigos! Mais uma vez, não há situação difícil demais para o nosso Deus!

O Salmo 46 lembra-nos também que ele é um “socorro bem-presente” (Sl 46.1). Duas vezes na passagem, repete-se a frase: “O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio” (Sl 46.7,11). Não admira que o salmista tenha escrito: “Portanto, não temeremos…”, independentemente de quão más as circunstâncias pudessem ser (Sl 46.2-3). Se nosso Deus está conosco, se é nosso refúgio, nossa força e nossa ajuda, então conseguiremos. “Porque ele tem dito: De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei. Assim, afirmemos confiantemente: O Senhor é o meu auxílio, não temerei…” (Hb 13.5-6). O Senhor também nos tranquiliza com esta palavra: “Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel” (Is 41.10).

No centro desse desafio para nós, neste tempo específico que estamos vivendo, está um apelo para crer em Deus e responder de acordo – crer nele pelo que pode fazer pela nossa nação, tanto entre os perdidos como dentro da igreja, e crer nele pelo que pode fazer em nossa vida e por meio dela individualmente. A hora é crucial e é tempo de o povo de Deus dar um passo à frente na fé e na coragem. Afinal, somos o sal da terra e a luz do mundo (Mt 5.13-16). Não temos a certeza de quanto tempo temos antes da volta de Cristo, mas com cada minuto que temos, e com toda disposição de coração, procuremos nosso Deus, crendo que ele faz coisas impossíveis conforme suas maravilhosas promessas, e ministremos aos outros com os recursos divinos que ele nos proverá.

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