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Quebrantamento nas Três Áreas

Por: Richard Owen Roberts

Um dos fatos mais lamentáveis que se descobre ao estudar o Novo Testamento é que pouquíssimos líderes religiosos do tempo do ministério de Cristo na Terra chegaram a se tornar seus discípulos. Pelo contrário, na maior parte, eles o desprezaram totalmente e trabalharam incansavelmente para que fosse morto. Obviamente, já tinham sua própria idéia de como seria o Cristo quando ele viesse, de como viria, para onde viria, o que faria e como se encaixaria na própria agenda deles. Tinham suas próprias leis e práticas, que Cristo fazia questão de violar, insistindo que eram contrárias aos mandamentos de Deus. Tinham suas próprias posições de poder, contudo Cristo os tratava como usurpadores. Tinham suas próprias interpretações das Escrituras e seus próprios sistemas bem elaborados, suas próprias tradições e práticas, que Cristo não só violava pessoalmente, como também, por palavra e exemplo, ensinava os outros a violar.

Este Cristo, de fato, era uma ameaça a tudo que lhes era valorizado e, portanto, tinha de ser destruído. Apesar de todo o interesse e influência religiosa que aqueles líderes tinham, a maioria não sabia coisa alguma de quebrantamento ou contrição. Não podiam e não queriam se arrepender. Assim morreram em seus pecados, depois de crucificar o Senhor da glória. Isto aconteceu a despeito do fato de que quebrantamento e contrição se encontram no próprio âmago de todos os ensinamentos das Escrituras do Velho Testamento, e no centro de todo o ministério de Cristo.

Só é possível para os seres humanos desenvolverem relacionamentos em três dimensões: para cima, em direção a Deus, para dentro, em relação a si mesmo, e para fora, em direção aos outros. Jesus falou poderosamente a todas essas três dimensões nas Bem-aventuranças, que formam a introdução ao seu Sermão da Montanha.

Faremos um rápido exame das quatro primeiras bem-aventuranças. Descrevem o processo de esvaziar a si mesmo que sempre conduz à intensa fome e sede de justiça que resulta em plenitude.

1) Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus (Mt 5.3). Esta bem-aventurança tem a ver com a dimensão para cima. Os escribas, fariseus, saduceus, herodianos, anciãos e sacerdotes que crucificaram Cristo tinham uma visão tão terrivelmente baixa de Deus e tão absurdamente elevada de si mesmos que se tornava totalmente impossível alcançarem qualquer senso verdadeiro de pobreza de espírito. Estavam convictos de que eram especiais aos olhos de Deus. Presumiram que estivessem trilhando a vereda para a vida eterna. Como não queriam se arrepender e crer, e ainda continuaram a considerar Jesus um falso mestre, não havia nada que ele pudesse dizer ou fazer que lhes convencesse ao contrário. Quebrantamento e contrição estavam bem fora do seu alcance e não conseguiam ver nem entrar no Reino de Deus. Porém, nós somos chamados para fazer o que eles não conseguiam ou não queriam. Quando a revelação de Deus nos esmagar e quebrantar, começaremos a sentir a pobreza de espírito que Cristo abençoa.

2) Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados (Mt 5.4). Esta bem-aventurança trata da dimensão para dentro. Quando alguém estiver realmente enojado do seu pecado, ele lamentará e chorará sobre isso. Se você não se humilhar diante de Deus e lamentar sobre sua pobreza de espírito, você nunca verá nem sentirá o horror do seu próprio pecado a ponto de chorar por causa dele. Aqueles que não choram pelo pecado não encontram verdadeiro consolo. Quando o pecado e o eu se tornarem suficientemente repugnantes a ponto de fazer você fugir deles para Cristo, você conhecerá o esvaziar-se na dimensão interior que levará à plenitude de Cristo.

3) Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra (Mt 5.5). Esta bem-aventurança tem a ver com a dimensão para fora. A mansidão está presente somente naqueles que admitirem exteriormente para o seu mundo o que já admitiram para cima, a Deus, e para dentro, a si mesmos. Você é aberto e honesto nessas três dimensões? Você diz: “Deus sabe que sou pecador. Eu sei que sou pecador. Você sabe que sou pecador”? Seu coração clama: “Oh, Deus, tu és tudo; oh, eu, tu nada és além de miserável pecador; oh, mundo, sou menos do que nada. Na melhor das hipóteses, sou um miserável pecador, totalmente dependente de Cristo. Ele precisa me salvar, ou estarei perdido para sempre”? Estas três coisas – pobreza de espírito, choro e mansidão – levam a tal vazio de si mesmo que o verdadeiro enchimento de Deus pode acontecer.

4) Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos (ou cheios) (Mt 5.6). Todos que forem verdadeiramente quebrantados e contritos nas três dimensões em que vivemos são rápida e plenamente fartos com a justiça de ninguém menos do que o próprio Senhor Jesus Cristo. Mas sem se esvaziar para cima, para dentro, e para fora, não há absolutamente possibilidade alguma de ser completamente cheio com a bendita justiça do Senhor Jesus. Lembre-se, foi só quando Pedro já havia negado Jesus três vezes, praguejando, e quando no seu estado de pecado ele viu Cristo fixando seu olhar amoroso em sua direção, que ele pôde ter o quebrantamento e contrição de abandonar totalmente o pecado e o eu em verdadeiro arrependimento.

Traduzido e extraído do livro “Repentance, The First Word of the Gospel” (Arrependimento, A Primeira Palavra do Evangelho), de Richard Owen Roberts.

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