Por: DeVern Fromke
Um amigo chamou a minha atenção para um trecho em 1 Crônicas 4.23, que me ajudou a ver a distinção entre estar com o Senhor em vez de estar ocupado trabalhando para ele. Embora talvez um pouco fora do contexto, contudo o princípio, com certeza, é verdadeiro. Nós não somos chamados para estar ocupados com o trabalho para o Rei. Nosso chamado verdadeiro é como aqueles oleiros que “moravam ali com o rei para o servirem”. O que é mais importante, na realidade: o Rei ou a sua obra?
Parece que Moisés descobriu o segredo e deixou um exemplo para nós. Vez após vez, ele subia o monte para estar com o Senhor. Não lemos sobre nenhum outro homem que tenha encontrado o Senhor face a face (Êx 33.11).
Numa ocasião em que Moisés permaneceu lá por quarenta dias, o Senhor lhe deu um modelo (Hb 8.5). Depois que desceu do monte, ele construiu o tabernáculo de Deus à maneira de Deus e de acordo com as especificações de Deus. Não há perda de tempo, não há perda de material, de energia ou de recursos humanos quando se detém na presença de Deus em primeiro lugar e, só depois, começa a trabalhar.
Há alguns anos, eu soube de um incidente que ficou fortemente gravado na minha memória. Um homem de Deus estava atraindo muita atenção por causa do seu ministério singular e dos grandes resultados que produzia numa certa comunidade. O editor do jornal local ficou tão impressionado que enviou um dos seus repórteres mais competentes para entrevistar o ministro e descobrir o segredo do seu sucesso.
Quando o repórter chegou, encontrou uma sala cheia com várias pessoas que estavam esperando para ver o pastor. O repórter ficou impaciente de tanto esperar e esperar. Aparentemente, ninguém ia conseguir entrar no escritório desse homem tão ocupado. O repórter decidiu procurar a esposa do homem, e ela procurou responder graciosamente às perguntas do jornalista no lugar do seu marido.
“Qual é o segredo do sucesso do seu marido?”, perguntou o repórter. “Ele parece estar gastando muito tempo com alguém lá dentro, enquanto todos nós aqui de fora somos obrigados a esperar.”
A esposa entendeu a preocupação do repórter e respondeu: “Eu sei que parece até indelicado da parte dele manter todos vocês aí esperando, e algumas dessas pessoas têm problemas tão desesperadores que precisam de pronto atendimento. Mas veja, é justamente aqui que se encontra a verdadeira chave da sua eficiência. Desde bem cedo, ele não recebeu ninguém, mas esteve falando com AQUELE que tem todas as respostas. Quando ele finalmente sair de lá – e isso pode demorar algum tempo ainda –, ele trará a Palavra de Deus e a resposta para cada pessoa que está aqui buscando uma solução. Veja o senhor, na verdade, não houve nenhuma perda de tempo.”
O repórter foi embora com o segredo de sucesso que viera descobrir, porém com um tipo de história bem diferente do que ele esperara.
Viver na presença de Cristo significa viver dentro da perspectiva divina. Como dizia sabiamente Samuel Brengle, homem de Deus que serviu no Exército da Salvação: “Se eu estivesse morrendo e tivesse o privilégio de pronunciar uma última exortação a todos os cristãos do mundo e tivesse de condensar aquela mensagem em três palavras, eu diria: ‘Espere em Deus!’”
Depois ele completou: “É no aproximar-se a Deus – batendo na porta do céu, suplicando pelo cumprimento das promessas, insistindo com Jesus, esquecendo-se do próprio ego, abandonando todas as preocupações terrenas, perseverando-se firme com determinação para nunca soltar ou desistir – que toda a riqueza da sabedoria e do poder e do amor do céu é disponibilizada a um simples homenzinho, de tal modo que quando todos os outros vacilam e falham e fogem, ele grita e se rejubila e torna-se vencedor diante da própria morte ou do inferno.”
Samuel Brengle havia aprendido as leis da urgência, prioridade, seqüência, ordem, escolha de tempo e lugar que são os meios para se alcançar eficiência e eficácia espiritual. Em suma, Brengle aprendeu o segredo de como valorizar o tempo, porque quando se espera em Deus, o tempo nunca é perdido – é resgatado!